Na América Latina, as histórias não são apenas contadas — são vividas, sentidas e compartilhadas. De um bairro boêmio em Buenos Aires a uma festa improvisada em Medellín, o calor humano e a criatividade circulam como café após o almoço. Nesse caldo cultural autêntico e emocional, o conteúdo gerado por usuários (UGC) se transformou no ingrediente secreto das campanhas mais virais da região.
Hoje, mais do que nunca, as marcas não estão apenas nas mãos de criativos em agências, mas também nos celulares de milhares de pessoas que, com um pouco de humor, criatividade e um bom enquadramento, podem mudar qualquer narrativa. E sabe quem precisa prestar atenção nisso? Toda agência de comunicação na América Latina que deseja se manter relevante, humana e conectada com seu público.
Por que o UGC está em alta na América Latina?
Não é coincidência. Aqui, as pessoas não apenas consomem conteúdo — elas o reinventam, sentem e transformam em algo pessoal. Veja por que o UGC conecta tão fortemente com o público latino-americano:
1. Porque amamos contar histórias
A cultura latino-americana gira em torno da comunidade, da família e do cotidiano. Quando alguém compartilha um momento real — uma comemoração, uma receita, um bastidor divertido — os outros não apenas assistem: participam. O UGC funciona como uma “mesa digital coletiva”, onde todos têm voz e querem contribuir.
2. Porque a criatividade faz parte do nosso DNA
O que pode ser apenas uma selfie para alguns, aqui vira um mural coletivo, uma coreografia na praça ou uma paródia cheia de identidade local. O desafio #MiCoronaMoment, no México, é um ótimo exemplo: pessoas comuns (porque, convenhamos, ninguém aqui é tão comum assim) se apropriaram da mensagem, reinventaram-na e viralizaram espontaneamente.
3. Porque todo mundo tem um smartphone — e vontade de se expressar
A América Latina é mobile-first por natureza. Nem todos têm o último iPhone, mas muitos têm um Xiaomi que grava em HD, acesso razoável à internet e ideias prontas para ganhar o mundo. Plataformas como TikTok, Instagram e até WhatsApp se tornaram laboratórios criativos, onde qualquer vídeo pode cruzar fronteiras e alcançar públicos em Caracas, Lima ou Montevidéu em poucas horas.
E o que tudo isso tem a ver com uma agência de comunicação?
Tudo está conectado. Uma agência de comunicação na América Latina que não entenda o valor do UGC (User Generated Content) não está apenas perdendo relevância, mas também a oportunidade de falar a língua real de sua audiência. As pessoas já não querem ser espectadoras passivas de campanhas pensadas em salas de reunião; querem fazer parte do processo, co-criar, deixar sua marca. E isso, para uma agência com visão, representa uma verdadeira mina de ouro criativa e cultural.

Já não basta criar anúncios bonitos ou jingles pegajosos no rádio. A nova tendência é a participação. Trata-se de ativar as audiências, dar o microfone e abrir o palco para elas. E quando isso é feito com intenção, cuidado e estratégia, não se gera apenas conversa: gera-se comunidade. A mensagem deixa de ser unilateral e se transforma em uma experiência compartilhada que viaja, se adapta e ressoa em diferentes cantos do continente.
As marcas que já entenderam isso estão fazendo a diferença. Não têm medo de soltar um pouco o controle criativo, de abrir espaço para o imperfeito, mas genuíno. O resultado? Alcance orgânico impressionante, conteúdo fresco que não soa forçado e uma visibilidade que atravessa plataformas e gerações. Além disso, quando uma marca se mostra aberta a ouvir e amplificar vozes reais, a confiança cresce—e junto com ela, a lealdade.
Porque, no fim do dia, nenhum comercial de TV, por mais produzido que seja, consegue competir com o poder de uma história verdadeira contada de um bairro, de uma cozinha ou de uma esquina qualquer. Nesse novo ecossistema, as agências que prosperam não são as que mais falam, mas as que sabem escutar melhor e amplificar o que a comunidade tem a dizer.
Como uma agência pode aproveitar o UGC sem perder o controle?
Boa pergunta. O fato de o conteúdo vir do público não significa ausência de estratégia. Veja algumas práticas recomendadas:
1. Convide com propósito
Não lance um desafio ou hashtag apenas por moda. Dê contexto, crie uma história envolvente. As pessoas querem sentir que fazem parte de algo maior.
2. Valorize quem contribui
Alguém fez uma versão incrível da sua campanha? Compartilhe, comente, reaja. O reconhecimento inspira ainda mais engajamento.
3. Cocriando com a comunidade
E se o próximo vídeo da sua marca fosse feito por um fã? Muitas agências estão incluindo criadores emergentes em projetos estratégicos — e o resultado é ouro puro.
4. Meça, mas preserve a magia
Sim, é preciso analisar dados, mas sem engessar o processo. O UGC vive do espontâneo, do imperfeito, do real.
Casos de sucesso: quando o UGC vira fenômeno
#MiCoronaMoment (México): Mais de 2 milhões de interações em duas semanas, com vídeos de avós brindando, murais e mensagens positivas.
#BailaConArepa (Colômbia-Venezuela): Uma “batalha” amigável entre influencers gerou mais de 100 mil versões do desafio, com danças ao vivo em praças públicas.
#MateConVos (Argentina): Uma campanha de uma marca de erva-mate que virou série de histórias românticas contadas pelos próprios usuários — algumas adaptadas para curtas-metragens.

Esses sucessos não vieram de roteiros corporativos: vieram das pessoas, com as pessoas, para as pessoas.
Dúvidas frequentes sobre UGC e agências de comunicação
O UGC substitui a publicidade tradicional?
Não necessariamente. Mas complementa de forma poderosa. O ideal é combinar conteúdo profissional com produções da comunidade.
Como garantir a qualidade do conteúdo?
Nem sempre dá para garantir. Mas uma boa curadoria ajuda: destaque os melhores exemplos e incentive a diversidade de formatos.
E se o UGC fugir do controle?
Planejamento é essencial. Uma boa agência tem protocolos para crises, ajustes de tom e redirecionamento de mensagens.
É possível cocriar sem perder a identidade da marca?
Com certeza. Na verdade, isso fortalece a identidade, desde que haja alinhamento com o propósito da marca.
O futuro das campanhas está nas mãos do público
Hoje, as marcas que mais se destacam são aquelas que sabem ouvir, não apenas falar. Na América Latina — uma região tão rica cultural e emocionalmente — a voz do público não apenas importa: define reputações.
O conteúdo gerado por usuários não é tendência passageira. É uma nova forma de se comunicar, gerar conexão e construir valor de marca.
Para as agências de comunicação, isso representa uma oportunidade única: deixar de ser apenas emissoras de mensagens e se tornarem facilitadoras de experiências compartilhadas.
Está pronto para deixar de “vender” e começar a conectar?
Seu próximo sucesso viral pode estar em um grupo de WhatsApp em Lima, em um TikTok feito por uma senhora em Guadalajara ou em uma selfie coletiva em um bairro de Quito. Basta abrir espaço, convidar a comunidade e acreditar na força do autêntico.
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